26/04/2018

"Mas, nesta luta, nunca estamos sós!”, encorajou o Papa.


A tentação de Cristo de Félix Joseph Barrias - Crédito: Wikimedia Commons


Papa: não estamos sós na luta contra o mal 


“É cansativo combater contra o mal, fugir de seus enganos, recuperar as forças depois de uma luta exaustiva, mas devemos saber que toda a vida cristã é um combate. Mas, nesta luta, nunca estamos sós!”, encorajou o Papa.

Cidade do Vaticano


Neste 25 de abril, feriado da “Libertação” na Itália, o Papa Francisco acolheu milhares de fiéis e peregrinos para a Audiência Geral. Num típico dia primaveril em Roma, o Pontífice prosseguiu seu ciclo de catequese sobre o Batismo, falando hoje sobre “A força de vencer o mal”.
A beleza da oração

Não vamos à fonte batismal sozinhos”, explicou o Papa, mas acompanhados pela oração de toda a Igreja, como indica a invocação dos Santos que precede a oração do exorcismo e a unção com o óleo dos catecúmenos.

São gestos que, desde a antiguidade, certificam, a quantos estão para renascer como filhos de Deus, de que a oração da Igreja os assiste na luta contra o mal, ajudando-os a libertar-se do poder do pecado para passar ao reino da graça divina.

A Igreja reza e reza por todos. É belo rezar pelos outros. Pedir por quem se encontra na necessidade, por quem não tem fé. A oração da Igreja está sempre em ato, devemos rezar por todo o povo de Deus e por quem necessita de oração”, disse Francisco.


Fórmula mágica

Por isso, o caminho dos catecúmenos adultos é marcado por repetidos exorcismos pronunciados pelo sacerdote: são orações que invocam a libertação de tudo o que os separa de Cristo e impede a sua união íntima com Ele. E, no caso do Batismo de crianças, pede-se a Deus que as liberte do pecado original e as consagre como habitação do Espírito Santo.

Não se trata, porém, de uma fórmula mágica, mas é um dom do Espírito Santo que habilita, quem o recebe, a lutar contra o espírito do mal acreditando que Deus enviou o seu Filho ao mundo para destruir o poder de satanás e transferir o homem liberto das trevas para o seu reino de luz infinita”, explicou o Pontífice.

Por experiência, sabe-se que a vida cristã é um combate sem fim contra o mal, pois estamos sempre sujeitos à tentação de nos separar de Deus e da sua vontade, para recair nos laços das seduções mundanas. “O Batismo nos dá força para esta luta cotidiana”, reiterou o Papa.


Não estamos sós


Além da oração de exorcismo, temos a unção no peito com o óleo dos catecúmenos, como sinal de salvação que significa que a força de Cristo Salvador nos fortalece para lutar contra o mal e vencê-lo.

É cansativo combater contra o mal, fugir de seus enganos, recuperar as forças depois de uma luta exaustiva, mas devemos saber que toda a vida cristã é um combate. Mas, nesta luta, nunca estamos sozinhos!”, encorajou o Papa.

A Igreja reza pelos seus filhos regenerados no Batismo para que não sucumbam às ciladas do maligno, mas as vençam com a força do Senhor ressuscitado, que derrotou o demônio. E assim também nós podemos repetir com a fé de São Paulo: «De tudo sou capaz Naquele que me dá força». "Todos nós podemos vencer, mas com a força que vem de Jesus", concluiu o Papa.



Via: Vatican News 
Grifos: Sandra Oliveira

A mulher, pilar na edificação da Igreja e a Sociedade na América Latina



Foto: snpcultura.org


A Assembleia Plenária da Comissão Pontifícia para a América Latina, reunida entre os dias 6 e 9 de março passado, com o tema “A mulher, pilar na edificação da Igreja e a Sociedade na América Latina”, entregou esta semana os textos de conclusão e recomendações.

Cidade do Vaticano

Segundo Dr Guzmán Carriquiry, secretário encarregado da vice presidência da Comissão para a América Latina, o resultado é de grande importância como serviço ao Santo Padre, as Igrejas na América Latina, as mulheres e aos nossos povos e a todos os que se interessam e empenham no reconhecimento de sua dignidade e de seu suporte na construção de sociedades mais humanas.

Em sua apresentação destacamos alguns pontos importantes para a conclusão e recomendações:

Coisa seria sem a nossa Igreja sem as mulheres? Perguntou Dr. Guzmán. Certamente o tema sobre as mulheres, as mulheres do Concilio Vaticano II até hoje, tiveram tantos momentos fortes no magistério eclesial, basta pensar tudo isto que foi escrito como encíclica, como carta e documentos por João Paulo II.

Devemos ter consciência da dignidade da mulher, da sua liberdade, dos seus direitos e dos seus anseios, mas ao mesmo tempo a carga sofrida de todas as discriminações e violência que sofrem. A questão da mulher se tornou uma questão central na transformação cultural que estamos vivendo e adquiriu uma questão de civilidade. A relação entre os sexos, a vida matrimonial e familiar, todas as instituições, a Igreja e tudo mais permanece interpelado da emergência da mulher na vida da nossa sociedade.

A realidade da América Latina é ainda muito marcada do machismo, e o rosto pior deste machismo se vê na violência que sofre a mulher, violência física, psicológica e sexual até o homicídio. É uma violência muito presente na realidade Latina Americana. Quantas adolescentes grávidas? Quanta irresponsabilidade do homem? A mulher se torna objeto de consumo sexual, como a prostituição ou ao tráfico. Ate mesmo na pobreza, o contingente mais sofrido são o das mulheres onde na maior parte exercem nos funções nos trabalhos informais.

Existem também sinais muito positivos, pois as mulheres são as que mais se matriculam nas redes de universidade. Temos mulheres em todas as áreas profissionais. Mulheres que ocupam grandes postos políticos como presidentes da republica.

Nos perguntamos também sobre a imagem das mulheres verdadeiramente emancipadas e modernas que se difundem através da revolução midiática contemporânea, se é modelo de alta sociedade, de consumo e de espetáculo, se é verdadeiramente o modelo de nosso desenvolvimento na América Latina. Se trata de uma mulher verdadeiramente emancipada, uma mulher quase sempre estéril ou que busca desesperadamente a maternidade e busca através da ciência, do mercado, que afirma o direito sacrossanto do aborto, que é um crime abominável e que termina sempre na publicidade para ser objeto que suscita o instituto animal do mercado.

Por fim destaca parte das recomendações a serem recordadas, especialmente na América Latina. Temos um continente "Mariano", como a América Latina. É preciso ir muito profundo em uma pesquisa teológica, antropológica e filosófica desta unidade, nesta complementariedade. As mulheres são de uma parte a maioria do povo cristão na América Latina, são elas que enchem as nossas igrejas, mas ainda não receberam a devida consideração. É preciso ainda reconhecer o valor eclesial das mulheres, como disse o Papa. 

Via: Vatican News 

Grifos: Sandra Oliveira

24/04/2018

Santa da Semana: Santa Zita - Ano do Laicato

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Imagem: Internet
(1218-1278)



Empregada doméstica – Ordem Franciscana Terceira. Canonizada em 1696.

Santa Zita nasceu em 1218, na época ainda de São Francisco, em Monsagrati, nos arredores da cidade de Lucca no seio de uma família muito devota. A sua irmã mais velha entrou para um convento de Cister e seu tio foi eremita e morreu com fama de santidade.

Filha de camponeses, aos 12 anos foi trabalhar como empregada doméstica na casa de uma rica família, e aí permaneceu durante 48 anos, ou seja até morrer.

Extremamente devota, perguntava-se sempre a si mesma: “Isto agrada ao Senhor?” Ou: “Isto desagrada a Jesus?”. Esta preocupação de sempre fazer a vontade divina tornara-se para ela quase uma obsessão. Tendo sempre, em todas as ocasiões e situações, demonstrado um grande amor para com o próximo, foi-lhe confiado o encargo de distribuir as esmolas cada sexta-feira. E dava do seu pouco, da sua comida, das suas roupas, daquilo que possuía, das suas parcas economias. Dizem que um dia foi surpreendida enquanto socorria os necessitados. Mas no seu avental o que era alimento converteu-se em flores.

Conta-se ainda que certo dia foi dar esmola a um necessitado, durante o seu tempo de trabalho. Vizinhos, tendo sido testemunhas desta “infração”, vieram logo avisar a família Fatinelli, para quem Zita trabalhava. A dona da casa foi à cozinha, para averiguar se havia atraso no afazeres e, ó milagre, alguns Anjos estavam ocupados a fazer aquilo que Zita deveria ter feito durante o tempo em que foi fazer obra de caridade. Daí em diante, nunca mais foi impedida de seguir os seus instintos caritativos.



Um outro fato que sobre ela se conta igualmente é o seguinte:

Durante um período de grande fome que assolou a região, Zita continou a praticar a caridade a que estava habituado, utilizando mesmo o que estava armazenado nos celeiros de seus patrões. Uma vez mais foi acusada, mas quando os seus patrões foram verificar os celeiros, ficaram admirados de os encontrar repletos: nada lá faltava.

Na hora da morte — aos 60 anos — tinha ajoelhada a seus pés toda a família Fatinelli, a quem servira toda a vida. Partiu para o Céu no dia 27 de Abril de 1278. O seu corpo é venerado na igreja de São Fredaino, em Lucca, Itália. Pio XII proclamou-a padroeira das empregadas domésticas do mundo inteiro.


Via: Franciscanos.org
Grifos: Sandra Oliveira.

20/04/2018

A saudação de Paz e Bem


Imagem: Site Convento Santo Antônio



A saudação de Paz e Bem

A saudação franciscana de “Paz e Bem” tem sua origem na descoberta e na vocação do envio dos discípulos, que São Francisco descobriu no Evangelho e, que ele colocou na Regra dos Frades Menores – “o modo de ir pelo mundo”. Lucas (10,5) fala na saudação “A paz esteja nesta casa”, e Francisco acrescenta que a saudação deve ser dada a todas as pessoas que os frades encontrarem pelo caminho: “O Senhor vos dê a paz”.
No seu Testamento, Francisco revela que recebeu do Senhor mesmo esta saudação. Portanto, ela faz parte de sua inspiração original de vida: anunciar a paz. Muito antes de São Francisco, o Mestre Rufino (bispo de Assis, na época em que Francisco nasceu), já escrevera um tratado, “De Bono Pacis” – “O Bem da paz” e, que certamente deve ter influenciado a mística da paz na região de Assis. Haviam, então, diferentes formas de saudação da paz, entre elas a de “Paz e Bem”.

A paz interior como fundamento da paz exterior
Na Legenda dos três companheiros (58), São Francisco dá para seus frades, o significado único para a paz:
“A paz que anunciais com a boca, mais deveis tê-la em vossos corações. Ninguém seja por vós provocado à ira ou ao escândalo, mas todos por vossa mansidão sejam levados à paz, a benignidade e à concórdia. Pois é para isso que fomos chamados: para curar os feridos, reanimar os abatidos e trazer de volta os que estão no erro”.
Trata-se da paz do coração que conquistaram. Francisco exorta seus frades a anunciar a paz e a testemunhá-la com doçura, porque este é o único caminho de comunicação para atrair todos os homens para a verdadeira paz, a bondade e a concórdia.
A saudação da paz, como primeira palavra que os frades dirigem aos outros, tem o objetivo de abrir os corações à paz, isto é, à força espiritual interior: a paz interior da bem-aventurança e a paz proclamada e dirigida a todos, constituem uma única e mesma realidade.

O Bem da paz – o “Sumo Bem”
Deus Sumo Bem é a experiência fundamental de Francisco, o ponto de partida de sua espiritualidade. Nela se fundamenta a vida franciscana como resposta de amor, configurando o amado ao Amor. Portanto, “Bem” é Deus-Amor, é a caridade.
Deus, o Sumo Bem, chamou a todos a participarem do seu Ser, não no sentido de “soma de todos os bens divinos”, mas Deus, enquanto “bem único”. Por isso, a atitude típica de São Francisco é o êxtase adorante e a decisão de estar sempre a serviço deste Deus; um serviço que nasce da alegria da gratidão. É a atitude que projeta em Deus a completude de si mesmo, que leva a renúncia a tudo, até à posse de Deus. Francisco descobre neste “vazio”, a presença de Deus, unicamente como “dom”.
E é justamente este o sentido da resposta humana, a da conversão ao Bem, ao “Sumo Bem”: aceitar Deus como centro absoluto da própria existência, e inserir-se no seu projeto tornando-se seu colaborador. Desta experiência nasce a “doçura”, que enche a vida de Francisco, a sua necessidade de entregar tudo a Deus (pobreza), de render-lhe graças e louvá-lo sem cessar. Desta experiência nasce também a confiança de tudo arriscar, sabendo que Deus não o deixará desamparado.

“Paz e Bem” – A paz se constrói pela caridade
Portanto, a saudação franciscana de “Paz e Bem” é um programa de vida, é uma forma evangélica de viver o espírito das bem-aventuranças. Nestas duas ‘pequenas’ palavras se esconde um dinamismo e uma provocação: saudar alguém com “Paz e Bem” é o mesmo que dizer: o amor de Deus que trago em meu ser, é a mesma pessoa que reconheço nos outros e no mundo e, por causa d’Ele, devemos viver a caridade – o Bem – entre nós.
Daí que, a paz só se constrói por meio da caridade (o Bem), porque a caridade é “forte como a morte” (ct 8,6); à qual ninguém resiste e, quando vem, mata o mal que fomos para que sejamos outro bem. A caridade gera a paz. A caridade está na paz assim como o espírito da vida está no corpo. A caridade sozinha mantém firmemente unidos na paz os filhos da Igreja; faltando a caridade, esta paz se dissolve. A caridade vivifica os membros de Cristo, os une e os faz estar em harmonia num só corpo. Ela é como um cabo, em cuja parte superior foi aplicado um gancho que liga a divindade à humanidade, o cordão que o senhor colocou na terra e com o qual ergueu o homem para o céu”.
(Mestre Rufino)


 Via: Franciscanos.org.br






13/04/2018

Papa: Sobre a chamada à santidade no mundo atual

Foto: ACI Digital

 

Há diversidade de dons, mas um mesmo é o Espírito (1 Cor 12, 4).


Apresentamos o mais novo documento da igreja!
Com referências a outros documentos como Evangelium Gaudium, Amores Laetitia e Misericordiae Vultus, este documento é por demais rico e esclarecedor em muitos aspectos e nos chama a atenção também às separações que vivemos e muitos de nós nem sentimos e caímos em julgamentos, contradições, falta de empatia pelo irmão por simplesmente não seguir um certo carisma ou espiritualidade ou certo modo católico.

Jesus nos alerta: “Se teu olho direito te faz pecar, arranca-o. Melhor entrar no reino dos céus sem um olho do que entrar com os dois no inferno! (Mt 5, 29)” . Mas de que forma tenho feito para não pecar? Se me julgo melhor do que o outro e faço questão de apontar seus erros com a desculpa de denúncia profética tem algo de errado que não está certo. “Antes de tirar a trave do olho do seu irmão, retire a trave do seu olho. (Mt 7, 3-4)”

O Papa vem nos fazer um convite e nos exorta em muitos aspectos para os dias atuais para a busca de santidade. Eis aqui alguns parágrafos do novo documento GAUDETE ET EXSULTATE.


Ninguém se salva sozinho:


“Não pensemos apenas em quantos já estão beatificados ou canonizados. O Espírito Santo derrama a santidade, por toda a parte, no santo povo fiel de Deus, porque aprouve a Deus salvar e santificar os homens, não individualmente, excluída qualquer ligação entre eles, mas constituindo-os em povo que O conhecesse na verdade e O servisse santamente. O Senhor, na história da salvação, salvou um povo. Não há identidade plena, sem pertença a um povo. Por isso, ninguém se salva sozinho, como indivíduo isolado, mas Deus atrai-nos tendo em conta a complexa rede de relações interpessoais que se estabelecem na comunidade humana: Deus quis entrar numa dinâmica popular, na dinâmica dum povo. (9)”


Todos somos chamados a santidade:


“Para ser santo, não é necessário ser bispo, sacerdote, religiosa ou religioso. Muitas vezes somos tentados a pensar que a santidade esteja reservada apenas àqueles que têm possibilidade de se afastar das ocupações comuns, para dedicar muito tempo à oração. Não é assim. Todos somos chamados a ser santos, vivendo com amor e oferecendo o próprio testemunho nas ocupações de cada dia, onde cada um se encontra. És uma consagrada ou um consagrado? Sê santo, vivendo com alegria a tua doação. Estás casado? Sê santo, amando e cuidando do teu marido ou da tua esposa, como Cristo fez com a Igreja. És um trabalhador? Sê santo, cumprindo com honestidade e competência o teu trabalho ao serviço dos irmãos. És progenitor, avó ou avô? Sê santo, ensinando com paciência as crianças a seguirem Jesus. Estás investido em autoridade? Sê santo, lutando pelo bem comum e renunciando aos teus interesses pessoais. (14)”


Não apagar o espírito de oração; a misericórdia é amiga da sabedoria:

"São Francisco de Assis, ao ver que alguns dos seus discípulos ensinavam a doutrina, quis evitar a tentação do gnosticismo. Então escreveu assim a Santo Antônio de Lisboa: 'Apraz-me que interpreteis aos demais frades a sagrada teologia, contanto que este estudo não apague neles o espírito da santa oração e devoção'. Reconhecia a tentação de transformar a experiência cristã num conjunto de especulações mentais, que acabam por nos afastar do frescor do Evangelho. São Boaventura, por sua vez, advertia que a verdadeira sabedoria cristã não se deve desligar da misericórdia para com o próximo: 'A maior sabedoria que pode existir consiste em dispensar frutuosamente o que se possui e que lhe foi dado precisamente para o distribuir (...). Por isso, como a misericórdia é amiga da sabedoria, assim a avareza é sua inimiga. Há atividades, como as obras de misericórdia e de piedade, que, unindo-se à contemplação, não a impedem, antes favorecem-na'."


Sem Jesus nada podemos fazer:


“Quem se conforma a esta mentalidade pelagiana ou semipelagiana, embora fale da graça de Deus com discursos edulcorados, no fundo, só confia nas suas próprias forças e sente-se superior aos outros por cumprir determinadas normas ou por ser irredutivelmente fiel a um certo estilo católico.Quando alguns deles se dirigem aos frágeis, dizendo-lhes que se pode tudo com a graça de Deus, basicamente costumam transmitir a ideia de que tudo se pode com a vontade humana, como se esta fosse algo puro, perfeito, omnipotente, a que se acrescenta a graça. Pretende-se ignorar que nem todos podem tudo, e que, nesta vida, as fragilidades humanas não são curadas, completamente e duma vez por todas, pela graça. Em todo o caso, como ensinava Santo Agostinho, Deus convida-te a fazer o que podes e a pedir o que não podes; ou então a dizer humildemente ao Senhor: dai-me o que me ordenais e ordenai-me o que quiserdes (49)”


Pobreza de coração - caminho de santidade:


“Disse Ele: Aprendei de Mim, porque sou manso e humilde de coração e encontrareis descanso para o vosso espírito (Mt 11, 29). Se vivemos tensos, arrogantes diante dos outros, acabamos cansados e exaustos. Mas, quando olhamos os seus limites e defeitos com ternura e mansidão, sem nos sentirmos superiores, podemos dar-lhes uma mão e evitamos de gastar energias em lamentações inúteis. Para Santa Teresa de Lisieux, a caridade perfeita consiste em suportar os defeitos dos outros, em não se escandalizar com as suas fraquezas. (79)”


“Abraçar diariamente o caminho do Evangelho mesmo que nos acarrete problemas: isto é santidade. (94)”



Para nossa alegria, segue o link do documento na íntegra. Um fonte rica para estudo para ajudar a alcançar a santidade.





Paz e bem!
Sandra Oliveira

09/04/2018

Santa da Semana: Santa Maria de Cléofas - Ano do Laicato

Imagem: cmisericordia

Maria de Cléofas, também chamada “de Cléopas”, ou ainda “Clopas”. É destas três formas que consta dos evangelhos o nome de seu marido, Cléofas Alfeu, irmão do carpinteiro José. Maria de Cléofas era, portanto, cunhada da Virgem Maria e mãe de três apóstolos: Judas Tadeu, Tiago Menor e Simão, também chamados de “irmãos do Senhor”, expressão semítica que indica também os primos, segundo o historiador palestino Hegésipo.

Por sua santidade, ela uniu-se à Mãe de Deus também na dor do Calvário, merecendo ser uma das testemunhas da ressurreição de Jesus (Mc 16,1): “E passado o sábado, Maria Madalena, e Maria, mãe de Tiago, e Salomé, compraram aromas para irem ungi-lo”. O mensageiro divino anunciou às piedosas mulheres: “Por que procuram o vivo entre os mortos?

Esse é um fato incontestável: nas Sagradas Escrituras vemos Maria de Cléofas acompanhando Jesus em toda a sua sofrida e milagrosa caminhada de pregação. Estava com Nossa Senhora aos pés da cruz e junto ao grupo das “piedosas mulheres” que acompanharam seus últimos suspiros. Estava, também, com as poucas mulheres que visitaram o túmulo de Cristo para aplicar-lhe perfumes e unguentos, constatando o desaparecimento do corpo e presenciando, ainda, o anjo anunciar a ressurreição do Senhor.

Assim, Maria de Cléofas tornou-se uma das porta-vozes do cumprimento da profecia. Tem, portanto, o carinho e um lugar singular e especial no coração dos católicos, neste dia que a Igreja lhe reserva para a veneração litúrgica. (Via: Franciscanos.org.br)

Seu dia é 09 de abril.

E não somente esteve aos pés da Cruz como também foi testemunha da ressurreição. Onde está escrito? Em Lucas, capítulo 24, na passagem sobre os discípulos de Emaús (Lc 24, 13-32), que relata o nome de um dos discípulos: Cléofas, sendo assim os discípulos de Emaús um casal. No versículo 22 relata "algumas mulheres dentre nós nos alarmaram", o que faz referência ao versículo 10:
"Eram elas Maria Madalena, Joana e Maria, mãe de Tiago; as outras suas amigas relataram aos apóstolos a mesma coisa."
Santa Maria de Cléofas, rogai por nós!


Paz e bem!


Grifos: Sandra Oliveira

Sobre o testemunho da ressurreição: Sandra Oliveira





06/04/2018

Santo da Semana: São Marcelino - Ano do Laicato


São Marcelino viveu no século V, discípulo de Santo Agostinho, era um alto funcionário do Império Romano, pai de família e homem muito honrado, bastante estimado pelas pessoas.


Algumas décadas antes do nascimento de Marcelino, a Igreja enfrentava o último e mais violento período de perseguição por parte do Império Romano, na época governado por Diocleciano, talvez o mais implacável inimigo da cristandade. Este imperador ordenava ao povo que entregasse e queimasse todos os livros sagrados que possuíssem. Quem obedeceu a suas ordens, passou a ser considerado como apóstata, ou seja, um traidor da Igreja e da fé.


No ano de 310, Ceciliano foi eleito bispo de Cartago, no Norte da África, mas teve sua nomeação para o cargo contestada, pois sua eleição foi validada por um grupo de bispos traidores, ou seja, que tinham aceitado entregar seus livros sagrados. Um dos bispos que contestou a decisão foi Donato, conhecido por ter uma posição conflitante em relação à doutrina da Igreja. Ele acreditava que os sacramentos só poderiam ser ministrados por santos, não por padres pecadores, ou seja, pessoas comuns e falhas.


Os seguidores de Donato deram então origem a uma doutrina herege que ficou conhecida como donatismo e dividiu a Igreja durante alguns séculos. Segundo esta crença, o catolicismo não deveria nem perdoar, nem admitir pecadores, muito menos àqueles que houvessem negado à sua fé, como muitas vezes aconteceu durante a perseguição.


Para evitar os martírios e torturas, alguns clérigos e fiéis renegavam aquilo no que acreditavam, um pecado grave, mas a Igreja estava disposta a acolhê-los de volta e reconciliá-los com Deus, permitindo que continuassem atuando como padres caso se arrependessem de seu pecado. O donatismo não concordava com essa postura.


São Marcelino viveu num período onde essa doutrina herege tinha ainda grande influência. O santo ocupava dois importantes cargos na região do Cartago. Era tabelião e tribuno. Atuando assim como um representante do povo, uma espécie de porta voz da população perante as autoridades do Império Romano.


Era muito religioso e tinha uma profunda ligação com Santo Agostinho, bispo de Hipona. De fato era reconhecido pelas pessoas como um homem de muita fé e dedicação à Igreja.


Interessado em aprender, muitas vezes se dirigiu a Santo Agostinho para esclarecer algum ponto controverso da doutrina cristã que fugia ao seu entendimento. Algumas obras escritas por Agostinho surgiram a partir dessas consultas feitas por Marcelino.


No entanto, Marcelino não teve a oportunidade de ler essas obras. Estava presente em uma conferência no Cartago, em 411, da qual participaram bispo donatistas e bispos fiéis a Igreja. São Marcelino nesta ocasião, se colocou ao lado dos bispos que se mantiveram leais a doutrina oficial da Igreja.


Por isso os donatistas resolveram se vingar, acusando Marcelino de ter cumplicidade com Heracliano, governador da província africana que havia tentado dar um golpe de estado contra o imperador romano Honório, a fim de tomar para si o comando do Império.


A acusação era muito grave e Marcelino foi condenado à morte. Um ano após sua execução, o próprio imperador Honório reconheceu a injustiça cometida contra o santo, considerando como um grave erro da justiça romana. Assim a acusação foi anulada e a Igreja passou então a venerar Marcelino como um santo mártir, que havia morrido em defesa da fé.


Os últimos momentos da vida do santo foram relatados por São Dâmaso, que na infância ouviu do próprio carrasco de Marcelino o relato da morte do mártir. Segundo o executor, as autoridades haviam ordenado que a cabeça do santo fosse cortada às escondidas, no meio de um bosque, para que ninguém soubesse onde encontrava-se o corpo do mártir.


As obras de Santo Agostinho baseadas em suas conversas com São Marcelino tratam da remissão dos pecados, do Espírito e da Santíssima Trindade.


Sua festa litúrgica acontece no dia 6 de abril, data de sua morte. São Marcelino é considerado o padroeiro dos injustiçados.


São Marcelino, rogai por nós!



 Grifos: Sandra Oliveira

05/04/2018

Papa: Devo sair melhor do que entrei; da carne de Cristo a carne dos irmãos

Na Audiência Geral, Papa concluiu ciclo sobre a Santa Missa
Foto: Vatican Media



Cidade do Vaticano - A Praça S. Pedro acolheu milhares de fiéis esta quarta-feira de tempo instável em Roma para a Audiência Geral.
Depois de fazer a alegria dos fiéis ao saudá-los de papamóvel, o Papa fez notar as flores presentes na Praça, símbolo da alegria, da “flor nova” que é Cristo, pois a Páscoa faz florescer “o Cristo Ressuscitado, a nossa justificação, a santidade da Igreja”. E pediu aos presentes que desejassem “Feliz Páscoa” ao “amado Papa Bento XVI”, que nos acompanha através da televisão.


Ritos finais

Em sua catequese, o Papa Francisco encerrou o ciclo que dedicou à Missa, falando dos ritos finais: a bênção concedida pelo sacerdote e a despedida do povo.
Assim como a missa tem início com o sinal da cruz, ela se conclui no nome da Trindade e se abre para o testemunho cristão.

Os cristãos não vão à missa para cumprir um dever semanal e depois se esquecer. Vão à missa para participar da ressurreição do Senhor e depois viver mais como cristãos. Abre-se o testemunho cristão, para sermos mais cristãos.”
Saímos da igreja para “ir em paz” para levar a bênção de Deus para a nossa vida e as atividades cotidianas, destacou o Pontífice.


Língua comprida

Se saímos da missa conversando, falando dos outros, com a língua comprida, significa que a missa não entrou no meu coração, porque não somos capazes de dar testemunho cristão. Devo sair melhor de como entrei, com mais vida, com mais força, com mais vontade de dar testemunho cristão.”
Da celebração à vida, portanto, cientes de que a Missa encontra cumprimento nas escolhas concretas de quem se deixa envolver em primeira pessoa nos mistérios de Cristo. “Não devemos nos esquecer que celebramos a Eucaristia para aprender a nos tornar homens e mulheres eucarísticos.”
Na prática, explicou o Papa, isso significa deixar agir Cristo nas nossas obras: que os seus pensamentos, sentimentos e escolhas sejam os nossos. Isso é santidade. São Paulo expressa bem este conceito quando diz: “Já não sou eu que vivo, é Cristo que vive em mim”. Este é o testemunho cristão.


Sacrário

Já que a presença real de Cristo no Pão consagrado não termina com a Missa, a Eucaristia é conservada no sacrário para a Comunhão aos enfermos e para a adoração silenciosa do Senhor no Santíssimo Sacramento; o culto eucarístico fora da Missa, seja em forma privada, seja comunitária, nos ajuda a permanecer em Cristo.
A missa é como o grão, que na vida cresce nas obras boas, nas atitudes que nos fazem parecer com Jesus. Os frutos da Missa, portanto, são destinados a amadurecer na vida de todos os dias”, acrescentou Francisco, recordando que a Eucaristia nos separa do pecado.
Aproximar-se regularmente ao banquete eucarístico renova, fortifica e aprofunda o elo com a comunidade cristã à qual pertencemos, segundo o princípio que a Eucaristia faz a Igreja.”


Da carne de Cristo à carne dos irmãos

Por fim, participar da Eucaristia compromete junto aos demais, principalmente dos pobres, educando-nos a passar da carne de Cristo à carne dos irmãos, na qual ele espera ser reconhecido, servido, honrado e amado por nós.
Agradeçamos ao Senhor pelo caminho de redescoberta da santa Missa que o Senhor nos doou e deixemo-nos atrair com fé renovada a este encontro real com Jesus morto e ressuscitado por nós. E que a nossa vida seja sempre florescida, como a Páscoa, com as flores da esperança, da , das obras boas, que nos possamos encontrar essa força na eucaristia. Boa Páscoa a todos.”




Fonte: Vatican News
Grifos: Sandra Oliveira.


Celebração do Jubileu de Diamante

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