14/11/2018

Ano do Leigo: Vida em comunidade


CNBB


O Ano Nacional do Leigo está chegando ao fim, terminando em 25/11 - Solenidade de Cristo Rei. Mas na verdade ele começa todos os dias! O Leigo tem papel fundamental na igreja, nos detalhes cotidianos com toda sua profundidade. Como nos diz o Catecismo "Uma vez que, como todos os fiéis, os leigos são encarregados por Deus do apostolado em virtude do Batismo e da Confirmação, eles têm a obrigação e gozam do direito, individualmente ou agrupados em associações, de trabalhar para que a mensagem divina da salvação seja conhecida e recebida por todos os homens e por toda a terra; esta obrigação é ainda mais presente se levarmos em conta que é somente por meio deles que os homens podem ouvir o Evangelho e conhecer a Cristo. Nas comunidades eclesiais, a ação deles é tão necessária que sem ela o apostolado dos pastores não pode, o mais das vezes, obter seu pleno efeito (CIC 900)".

Cabe aos fiéis leigos "animar as realidades temporais com um zelo cristão e comportar-se como artesãos da paz e da justiça (CIC 2442)". No testemunha diário: na vida familiar, no trabalho, na paróquia, nos transportes coletivos, nos ambientes de entretenimento como parques, cinemas, enfim... Visando sempre o bem comum.

O bem comum perpassa pela vida em comunidade. A vida em comunidade, como sabemos, não resume-se somente a uma ambiente mas a vários conforme já exposto. E a paróquia em que habitamos é escola para exercitamos o objetivo do bem comum, assim como da santidade. Abaixo seguem alguns trechos da nova exortação apostólica do nosso querido Papa Francisco sobre Santidade no Mundo Atual (Gaudete et Exsultate) no que se diz respeito a comunidade:


  • É muito difícil lutar contra a própria concupiscência e contra as ciladas e tentações do demônio e do mundo egoísta, se estivermos isolados. A sedução com que nos bombardeiam é tal que, se estivermos demasiado sozinhos, facilmente perdemos o sentido da realidade, a clareza interior, e sucumbimos.(140)
  • A santificação é um caminho comunitário, que se deve fazer dois a dois. [...] De igual modo, há muitos casais santos, onde cada cônjuge foi um instrumento para a santificação do outro. Viver e trabalhar com outros é, sem dúvida, um caminho de crescimento espiritual. São João da Cruz dizia a um discípulo: estás a viver com outros para que te trabalhem e exercitem na virtude. (141)
  • A comunidade é chamada a criar aquele espaço teologal onde se pode experimentar a presença mística do Senhor ressuscitado. Partilhar a Palavra e celebrar juntos a Eucaristia torna-nos mais irmãos e vai-nos transformando pouco a pouco em comunidade santa e missionária.(142)
  • A vida comunitária, na família, na paróquia, na comunidade religiosa ou em qualquer outra, compõe-se de tantos pequenos detalhes diários. Assim acontecia na comunidade santa formada por Jesus, Maria e José, onde se refletiu de forma paradigmática a beleza da comunhão trinitária. E o mesmo sucedia na vida comunitária que Jesus transcorreu com os seus discípulos e o povo simples.(143)
  • Lembremo-nos como Jesus convidava os seus discípulos a prestarem atenção aos detalhes:
o pequeno detalhe do vinho que estava a acabar numa festa;
o pequeno detalhe duma ovelha que faltava;
o pequeno detalhe da viúva que ofereceu as duas moedinhas que tinha;
o pequeno detalhe de ter azeite de reserva para as lâmpadas, caso o noivo se demore;
o pequeno detalhe de pedir aos discípulos que vissem quantos pães tinham;
o pequeno detalhe de ter a fogueira acesa e um peixe na grelha enquanto esperava os discípulos ao amanhecer. (144)
  • A comunidade, que guarda os pequenos detalhes do amor e na qual os membros cuidam uns dos outros e formam um espaço aberto e evangelizador, é lugar da presença do Ressuscitado que a vai santificando segundo o projeto do Pai. Sucede às vezes, no meio destes pequenos detalhes, que o Senhor, por um dom do seu amor, nos presenteie com consoladoras experiências de Deus.(145)

A santificação acontece nos detalhes, no ser humano; o pecado vai de contra à humanidade, pois fere, deforma, mata. Como diz uma música do Pe. Fabio de Melo "Quanto mais fores humano, mais serás divino"; ser misericordioso (lembremos do Ano da Misericórdia). Lembremos dos detalhes, à luz do evangelho.


"Quem não pode fazer grandes coisas, faça ao menos o que estiver na medida de suas forças; certamente não ficará sem recompensa (Santo Antônio dos Pobres)."




Paz e bem!
Sandra Regina Oliveira OFS

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