31/01/2018

Mas Deus nos fala o mesmo em outro modo: em silêncio e ouvir a Palavra de Deus. Não esqueçam isto.

Foto: Vatican Media


Cidade do Vaticano
"Como poderíamos enfrentar a nossa peregrinação terrena, com as suas dificuldades e as suas provas, sem ser regularmente nutridos e iluminados pela Palavra de Deus que ressoa na liturgia?"
Ao dar continuidade a sua série de catequeses sobre a Santa Missa, o Papa Francisco falou na Audiência Geral desta quarta-feira, a 4ª de 2018 e a 213ª de seu Pontificado, sobre a Liturgia da Palavra, "que é uma parte constitutiva porque nos reunimos justamente para escutar o que Deus fez e pretende ainda fazer em nós".
"É uma experiência que acontece "ao vivo" e não por ouvir dizer - explicou o Santo Padre aos fiéis presentes na Praça São Pedro - porque quando na Igreja se lê a Sagrada Escritura, é Deus mesmo que fala ao seu povo e Cristo, presente na sua palavra, anuncia o Evangelho".
O Papa alertou então, que muitas vezes enquanto se lê a Palavra de Deus, se fazem comentários sobre como o outro se veste ou se comporta. Ao invés disto, "devemos escutar, abrir o coração porque é o próprio Deus que nos fala e não pensar em outras coisas ou em falar de outras coisas. Entenderam? Não acredito que aconteça muito, mas explicarei o que acontece nesta Liturgia da Palavra":
"As páginas da Bíblia deixam de ser um escrito para tornarem-se palavra viva, pronunciada por Deus. É Deus que por meio do que se lê nos fala e interpela a nós que escutamos com fé (...). Mas para escutar a Palavra de Deus, é preciso ter também o coração aberto para receber a palavra no coração. Deus fala e nós nos colocamos em escuta, para depois colocar em prática o que ouvimos. É muito importante ouvir. Algumas vezes não entendemos bem porque existem algumas leituras um pouco difíceis. Mas Deus nos fala o mesmo em outro modo: em silêncio e ouvir a Palavra de Deus. Não esqueçam isto. Na Missa, quando começam as leituras, ouvimos a Palavra de Deus".
"Temos necessidade de escutá-lo!", enfatizou o Papa. "É de fato uma questão de vida, como bem recorda a incisiva expressão «nem só de pão o homem viverá, mas de toda a palavra que procede da boca de Deus»".
Neste sentido, "falamos da  Liturgia da Palavra como da "mesa" que o Senhor prepara para alimentar a nossa vida espiritual".
A mesa litúrgica é abundante, "abre mais largamente os tesouros da Bíblia", do Antigo e do Novo Testamento, porque neles é anunciado pela Igreja o único e idêntico mistério de Cristo:
"Pensemos na riqueza das leituras bíblicas oferecidas pelos três ciclos dominicais que, à luz do Evangelhos Sinóticos, nos acompanham no decorrer do ano litúrgico, uma grande riqueza".
O Papa chamou a atenção para a importância do Salmo responsorial, "cuja função é favorecer a meditação do que foi escutado na leitura que o precede".
"É bom que o Salmo seja valorizado com o canto, ao menos  do refrão", observou Francisco, acrescentando que também as leituras dos dias feriais constituem "um grande nutrimento para a vida cristã".
O Santo Padre explicou então que "as leituras da Missa, variadamente ordenadas segundo as diferentes tradições do Oriente e Ocidente, estão contidas nos Lecionários":
"A proclamação litúrgica das mesmas leituras, com os cantos deduzidos da Sagrada Escritura, exprime e favorece a comunhão eclesial, acompanhando o caminho de todos e de cada um".
Neste sentido - explica - "se entende porque escolhas subjetivas, como a omissão de leituras e a sua substituição com textos não bíblicos, são proibidas":
"Isto de fato empobrece e compromete o diálogo entre Deus e o seu povo em oração. Pelo contrário, a dignidade do ambão e o uso do lecionário, a disponibilidade de bons leitores e salmistas. Mas procurem bons leitores, eh!, aqueles que saibam ler, não aqueles que leem e não se entende nada, eh! é assim, eh! Bons leitores, eh! Devem se preparar e ensaiar antes da Missa para ler bem. E isto cria um clima de silêncio receptivo".
A Palavra do Senhor é uma ajuda indispensável para não nos perdermos, nos nutre e nos ilumina, nos ajudando assim a enfrentarmos as dificuldades e as provas de nossa peregrinação terrena.
Mas "não basta ouvir com os ouvidos, sem acolher no coração a semente da divina Palavra, permitindo a ela dar fruto":
"A ação do Espírito, que torna eficaz a resposta, tem necessidade de corações que se deixem trabalhar e cultivar, de modo que aquilo que é ouvido na Missa passe para a vida cotidiana, segundo a advertência do apóstolo Tiago: «Sede cumpridores da palavra e não apenas ouvintes; isto equivaleria a vos enganardes a vós mesmos»."
"A Palavra de Deus faz um caminho dentro de nós. A escutamos com os ouvidos, passa pelo coração, não permanece nos ouvidos, deve ir ao coração e do coração passa às mãos, às boas obras. Este é o percurso que faz a Palavra de Deus: dos ouvidos ao coração e às mãos. Aprendamos estas coisas. Obrigado.”
Fonte: Vatican News
Por: Sandra Oliveira

24/01/2018

Esperança, paz, evangelho

Papa Francisco na Praça de São Pedro. Foto: Daniel Ibáñez / ACI Prensa


Cidade do Vaticano
O Papa dedicou a Audiência Geral desta quarta-feira a sua recente Viagem Apostólica ao Chile e Peru.
Dirigindo-se aos presentes reunidos na Praça S. Pedro, Francisco agradeceu ao Senhor "porque tudo correu bem. Pude encontrar o povo de Deus em caminho naquelas terras e encorajar o desenvolvimento social destes países".
O Papa também agradeceu às autoridades civis e aos bispos que o acolheram com "tanta atenção e generosidade, assim como aos colaboradores e voluntários", cerca de 20 mil, sobretudo jovens, em cada país.
Chile
Francisco estava atento ao que acontecia no Chile antes de sua chegada, quando houve manifestações por vários motivos, o que - disse ele - "torna ainda mais atual e vivo" o lema da visita: "Dou-vos a minha paz".  "A paz não só a cada um de nós, mas também ao mundo, nesta III Guerra Mundial em pedaços. Rezem pela paz."
O Santo Padre rcordou encontro por encontro. Com as autoridades políticas, "encorajei o caminho da democracia chilena como espaço de encontro solidário e capaz de incluir as diversidades", indicando como método "o caminho da escuta", em particular "dos pobres, dos jovens, dos idosos e dos imigrantes", assim como "a escuta da terra".
As Bem-aventuranças ressoaram na primeira Missa celebrada pela paz e a justiça, especialmente "Bem-aventurado os pacificadores, porque serão chamados filhos de Deus", o que pode ser testemunhado com o "estilo da proximidade, da partilha, fortalecendo assim, com a graça de Cristo, o tecido da comunidade eclesial e de toda a sociedade".
Prisão feminina
"Neste estilo de proximidade contam mais os gestos do que as palavras",  disse o Papa, ao recordar a visita à penitenciária feminina em Santiago:
"Os rostos daquelas mulheres, muitas das quais jovens mães, com os seus pequenos nos braços, apesar de tudo manifestavam tanta esperança. Encorajei-as a exigir, de si próprias e das instituições, um sério caminho de preparação para a reinserção, como horizonte que dá sentido à pena cotidiana". E repetiu o que disse naquela ocasião: "Uma pena sem o horizonte da reinserção é uma tortura infinita".
Abusos
Francisco recordou que com os sacerdotes e consagrados e com os bispos do Chile viveu dois encontros muito intensos, "que se tornaram ainda mais fecundos pelo sofrimento compartilhado por algumas feridas que afligem a Igreja naquele país".
"Em particular - precisou - confirmei os meus irmãos na rejeição de qualquer pacto com os abusos sexuais contra menores, e ao mesmo tempo na confiança em Deus, que por meio desta dura prova purifica e renova os seus ministros".
Ao falar sobre as outras duas missas celebradas no país, o Papa recordou que a celebrada em Araucanía, "terra onde habitaram os índios mapuches, transformou em alegria os dramas e os cansaços deste povo, lançando um apelo por uma paz que seja harmonia das diversidades e pela rejeição de toda violência".
Já a missa celebrada em Iquique, entre oceano e deserto, "foi um hino de encontro entre os povos, que se expressa em modo singular na religiosidade popular".
Juventude
Os encontros com os jovens e com a Universidade Católica do Chile "responderam ao desafio crucial de oferecer um grande sentido à vida das novas gerações".
"Aos jovens - recordou o Papa - deixei a palavra programática de São Alberto Hurtado: "O que faria Cristo no meu lugar?", enquanto na Universidade "propus um modelo de formação integral, que traduz a capacidade católica em capacidade de participação na construção de sociedades unidas e plurais, onde os conflitos não sejam ocultados, mas administrados no diálogo". "Há conflitos também casa, que não devem ficar debaixo da cama, mas devem vir à luz. O conflito se resolve com o diálogo."
Peru
O Papa passou então ao Peru, recordando que o lema da visita  “Unidos pela esperança" não significa "unidos em uma estéril uniformidade, mas em toda a riqueza das diferenças que herdamos da história e da cultura".
Testemunhou isto "emblematicamente o encontro com os povos da Amazônia peruana, que deu também inicio ao itinerário do Sínodo Panamazônico convocado para outubro de 2019, assim como testemunharam os momentos vividos com a população de Puerto Maldonado e com as crianças da Casa de acolhida "O Pequeno Príncipe". Juntos dissemos "não" à colonização econômica e ideológica".
Corrupção
O apreço pelo "patrimônio ambiental, cultural e espiritual" do país foi demonstrado pelo Papa ao falar às Autoridades políticas e civis do Peru, chamando a atenção para duas realidades que o ameaçam de forma mais grave: "a degradação ecológica-social e a corrupção. "A corrupção não acontece só naquelas partes. Também aqui! E é mais contagiosa do que a gripe. A corrupção arruína o coração." 
O Papa então passou à Missa celebrada em Trujillo, cidade duramente atingida pela tempestade “Niño costiero”. "Encorajei a população a reagir a esta, mas também a outras tempestades como a delinquência, a falta de educação, de trabalho e de moradia segura".
Com os sacerdotes e consagrados do norte do Peru, o Papa recordou ter compartilhado "a alegria do chamado e da missão e a responsabilidade da comunhão na Igreja", exortando-os "a serem ricos de memporia e fiéis às suas raízes, e entre estas devoções está a devoção popular a Virgem Maria". Neste sentido, Francisco recordou também a celebração mariana em que coroou a "Virgen de la Puerta", proclamada "Mãe da Misericórdia e da Esperança".
O dia em Lima, o último da viagem, teve uma ênfase "espiritual e eclesial".
"Um verdadeiro 'pulmão' de fé e de oração pela Igreja e por toda a sociedade", disse o Santo Padre ao referir-se às religiosas de vida contemplativa, que encontrou no Santuário “Señor de los Milagros”.
O Papa fez menção à oração de intercessão junto aos Santos peruanos, seguida pelo encontro com os bispos, a quem propôs o modelo de São Toríbio de Mongrovejo".
Aos jovens peruanos o Papa também indicou os Santos "como homens e mulheres que não perderam tempo em "maquiar" a própria imagem, mas seguiram Cristo".
Por fim, a Missa conclusiva de sua visita, onde a mensagem de Deus ao seu povo no Chile e no Peru foi "Convertei-vos e crede no Evangelho".
"Assim - parecia dizer o Senhor - vocês receberão  a paz que eu vos dou e sereis unidos na minha esperança".

Fonte: Vatican News

Por: Sandra Oliveira

17/01/2018

Não se deve confundir unidade com uniformidade

Foto: exame.abril.com.br

Cidade do Vaticano
O Papa Francisco celebrou a missa pelo progresso dos povos, nesta quarta-feira (17/01), no Aeródromo de Maquehue, em Temuco, no Chile, primeira etapa de sua 22ª viagem apostólica internacional.
O Pontífice iniciou a homilia dando graças a Deus por visitar "esta parte linda do nosso continente, a Araucânia: terra abençoada pelo Criador com a fertilidade de imensos campos verdes, com florestas cheias de imponentes araucárias – o quinto elogio de Gabriela Mistral a esta terra chilena –, seus majestosos vulcões cobertos de neve, seus lagos e rios cheios de vida.
"Esta paisagem eleva-nos a Deus, sendo fácil ver a sua mão em cada criatura. Muitas gerações de homens e mulheres amaram, e amam, este solo com ciosa gratidão."
“E quero deter-me aqui para saudar de forma especial os membros do povo Mapuche, bem como os outros povos indígenas que vivem nestas terras do sul: Rapanui (Ilha de Páscoa), Aymara, Quechua e Atacama, e muitos outros.”
“Esta terra, se a virmos com olhos de turista, deixar-nos-á extasiados, mas depois continuaremos a nossa estrada como antes; se, pelo contrário, nos aproximarmos do solo, ouvi-lo-emos cantar: «Arauco tem uma pena que não posso calar, são injustiças de séculos que todos veem aplicar»”, frisou Francisco.
“É neste contexto de ação de graças por esta terra e pelo seu povo, mas também de tristeza e dor, que celebramos a Eucaristia. E fazemo-lo neste aeródromo de Maquehue, onde se verificaram graves violações de direitos humanos."
“Oferecemos esta celebração por todas as pessoas que sofreram e foram mortas e pelas que diariamente carregam nos ombros o peso de tantas injustiças.”
"O sacrifício de Jesus na cruz está repleto de todo o pecado e do sofrimento dos nossos povos, um sofrimento a ser resgatado.
“No Evangelho que ouvimos, Jesus pede ao Pai que «todos sejam um só». Numa hora crucial da sua vida, detém-Se a pedir a unidade. O seu coração sabe que uma das piores ameaças que atinge, e atingirá, o seu povo e toda a humanidade será a divisão e o conflito, a subjugação de uns pelos outros. Quantas lágrimas derramadas!
Hoje queremos agarrar-nos a esta oração de Jesus, queremos entrar com Ele neste horto de dor, também com as nossas dores, para pedir ao Pai com Jesus: que também nós sejamos um só. Não permitais que nos vença o conflito nem a divisão.”
Segundo o Papa, “esta unidade, implorada por Jesus, é um dom que devemos pedir insistentemente pelo bem da nossa terra e seus filhos. E é necessário estar atento a eventuais tentações que possam aparecer e «contaminar pela raiz» este dom com que Deus nos quer presentear e com o qual nos convida a ser autênticos protagonistas da história.”
Os falsos sinônimos
“Uma das principais tentações a enfrentar é confundir unidade com uniformidade. Jesus não pede a seu Pai que todos sejam iguais, idênticos; pois a unidade não nasce, nem nascerá, de neutralizar ou silenciar as diferenças. A unidade não é uma simulação de integração forçada nem de marginalização harmonizadora."
“A riqueza duma terra nasce precisamente do fato de cada parte saber partilhar a sua sabedoria com as outras ”

Não é, nem será, uma uniformidade asfixiante que normalmente nasce do predomínio e da força do mais forte, nem uma separação que não reconheça a bondade dos outros.
A unidade pedida e oferecida por Jesus reconhece o que cada povo, cada cultura são convidados a oferecer a esta terra abençoada.
“A unidade é uma diversidade reconciliada, porque não tolera que, em seu nome, se legitimem injustiças pessoais ou comunitárias.”
Precisamos da riqueza que cada povo pode oferecer, pondo de lado a lógica de pensar que há culturas superiores ou inferiores. Um belo chamal [manto] requer tecelões que conheçam a arte de harmonizar os diferentes materiais e cores; que saibam dar tempo a cada coisa e a cada fase. Poder-se-á imitar de modo industrial, mas todos reconheceremos que é uma peça de roupa confeccionada sinteticamente.
A arte da unidade precisa e requer artesãos autênticos que saibam harmonizar as diferenças nos «laboratórios» das aldeias, das estradas, das praças e das paisagens. Não é uma arte de escrivaninha ou feita apenas de documentos; é uma arte de escuta e reconhecimento. Nisto se enraíza a sua beleza e também a sua resistência ao desgaste do tempo e às inclemências que terá de enfrentar.”
“A unidade, de que necessitam os nossos povos, requer que nos escutemos, mas sobretudo que nos reconheçamos, o que não significa apenas «receber informações sobre os outros (…), mas recolher o que o Espírito semeou neles como um dom também para nós». 
Isto introduz-nos no caminho da solidariedade como forma de tecer a unidade, como forma de construir a história; solidariedade, que nos leva a dizer: temos necessidade uns dos outros com as nossas diferenças, para que esta terra continue a ser linda."
“É a única arma que temos contra o «desflorestamento» da esperança. Por isso pedimos: Senhor, fazei-nos artesãos de unidade.”
Em segundo lugar, é imprescindível defender que uma cultura do reconhecimento mútuo não se constrói com base na violência e destruição, que acaba por ceifar vidas humanas. Não se pode pedir reconhecimento, aniquilando o outro, porque a única coisa que isso gera é maior violência e divisão. 
“A violência clama violência, a destruição aumenta a fratura e a separação.”
A violência acaba por tornar falsa a causa mais justa. Por isso, digamos «não à violência que destrói», em qualquer uma dessas duas formas.
Estas atitudes são como lava de vulcão que tudo destrói, tudo queima, deixando atrás de si apenas esterilidade e desolação. Em vez disso, procuremos o caminho da não-violência ativa, «como estilo duma política de paz».  Nunca nos cansemos de procurar o diálogo para a unidade. Por isso, digamos vigorosamente: Senhor, fazei-nos artesãos de unidade.
Todos nós que, de certo modo, somos povo formado da terra (cf. Gn 2, 7), estamos chamados ao bom viver (Küme Mongen), como no-lo recorda a sabedoria ancestral do povo Mapuche.
Quanto caminho a percorrer, quanto caminho para aprender! Küme Mongen, um anseio profundo que brota não só dos nossos corações, mas ressoa como um grito, como um canto em toda a criação. Por isso, irmãos, pelos filhos desta terra, pelos filhos dos seus filhos, digamos com Jesus ao Pai: que também nós sejamos um só; fazei-nos artesãos de unidade.

10/01/2018

Que a liturgia possa se tornar para nós uma verdadeira escola de oração

O Papa Francisco com os membros da polícia da Guardia di Finanza, da Itália, durante uma audiência geral no salão Paulo VI no Vaticano. (Correio Braziliense)


Cidade do Vaticano
Nesta quarta-feira, 10 de janeiro, o Papa recebeu os fiéis na Sala Paulo VI, no Vaticano, para o encontro semanal aberto ao público. Cerca de 7 mil pessoas participaram da audiência, durante a qual o Pontífice fez uma catequese sobre o canto do Glória e a oração da coleta no âmbito da missa.  
O Papa explicou que depois do Ato Penitencial, quando nos despojamos de nossas presunções na esperança de sermos perdoados, expressamos gratidão a Deus cantando o hino do Glória, que assim como os Anjos cantaram no nascimento de Jesus, é um glorioso abraço entre o céu e a terra.
Logo após o ‘Glória’, na missa, temos a oração denominada ‘do dia’ ou ‘coleta’.
Com o convite ‘Oremos’, o sacerdote nos exorta a unirmo-nos a ele em um momento de silêncio para tomarmos consciência de estar diante de Deus e deixar emergir, de nossos corações, as nossas intenções pessoais.
O sacerdote diz ‘Oremos’ e depois vem um momento de silêncio e cada um pensa nas coisas de que precisa ou quer pedir na oração”.
Rezar pelo silêncio em silêncio
Antes desta oração inicial, o silêncio nos ajuda no recolhimento, a pensarmos no porquê estamos ali: para invocar ajuda ao Senhor, pedir a sua proximidade nos momentos de fadiga, alegrias e dores; por familiares ou amigos doentes, ou ainda, para confiar a Deus o futuro da Igreja e do mundo.
“A isto serve o breve silêncio antes que o sacerdote, reunindo as preces de cada um,  expressa em voz alta em nome de todos a comum oração que conclui os ritos de introdução com a ‘coleta’ das intenções dos fiéis. Eu recomendo vivamente aos sacerdotes que observem este momento de silêncio e não terem pressa".
“Oremos para que se faça silêncio; sem este silêncio, corremos o risco de subestimar o recolhimento da alma”

O sacerdote faz um gesto como o de Cristo
O sacerdote a reza com os braços abertos, um gesto que os cristãos realizam desde os primeiros séculos para imitar Cristo com os braços abertos no lenho da Cruz. No Crucifixo reconhecemos o sacerdote que oferece a Deus a obediência final.
Concluindo, Francisco afirmou que as orações do Rito Romano são breves, mas ricas de significado; e meditar sobre seus textos, também fora da missa, pode nos ajudar a aprender como falar com Deus, o que  pedir, que palavras usar.
“Que a liturgia possa se tornar para nós uma verdadeira escola de oração”
No final do encontro, o Papa concedeu a todos a sua bênção apostólica.


Fonte: Vatican News

04/01/2018

Não basta não fazer o mal, mas optar por fazer o bem.

Foto: Franciscanos.org.br

Cidade do Vaticano
Quem tem consciência de suas misérias e abaixa os olhos com humildade, sente sobre si o olhar misericordioso de Deus.
Dando continuidade a série de catequeses sobre a Santa Missa, o Papa Francisco dedicou a reflexão da primeira Audiência Geral do ano de 2018 ao Ato Penitencial.
“Na sua sobriedade – disse Francisco aos cerca de sete mil fiéis presentes na Sala Paulo VI -  ele favorece a atitude que deve ser assumida para celebrar dignamente os santos mistérios, ou seja, reconhecendo diante de Deus e dos irmãos os nossos pecados (...), pois todos somos pecadores”.
Mas para receber o perdão de Deus, devemos reconhecer nossos erros e pedir perdão, pois “o que o Senhor pode dar a quem já tem o coração cheio de si, do próprio sucesso?”, pergunta.
“Nada, porque o presunçoso é incapaz de receber perdão, saciado como é da sua presumível justiça”, respondeu o Papa, citando a parábola do fariseu e do publicano, em que somente o segundo volta para casa perdoado.
“Sabemos por experiência - recorda - que somente quem sabe reconhecer os erros e pede perdão recebe a compreensão e o perdão dos outros”:
Escutar em silêncio a voz da consciência permite reconhecer que os nossos pensamentos são distantes dos pensamentos divinos, que as nossas palavras e as nossas ações são muitas vezes mundanas, guiadas, isto é, por escolhas contrárias ao Evangelho.”
Por isto – explica o Pontífice – no início da Missa “cumprimos comunitariamente o ato penitencial mediante uma fórmula de confissão geral, pronunciada na primeira pessoa do singular. Cada um confessa a Deus e aos irmãos que “pequei muitas vezes, em pensamentos e palavras, atos e omissões””:
“Sim, também em omissões, ou seja, ter deixado de fazer o bem que poderia ter feito. Muitas vezes nos sentimos muito bons porque – dizemos – “não fiz nenhum mal”. Na realidade, não basta não fazer mal ao próximo, é preciso escolher fazer o bem, aproveitando as ocasiões para dar um bom testemunho de que somos discípulos de Jesus”.
O Papa explica que “confessar tanto a Deus como aos irmãos sermos pecadores” nos ajuda a compreender a “dimensão do pecado”, que “nos separa de Deus, nos divide também dos nossos irmãos, e vice-versa”:
O pecado rompe: rompe a relação com Deus e rompe a relação com os irmãos, a relação na família, na sociedade, na comunidade. O pecado rompe sempre: separa, divide”.
“As palavras que dizemos com a boca são acompanhadas pelo gesto de bater no peito – fazemos assim - reconhecendo que pequei por minha culpa e não dos outros” diz Francisco, que observa:
Acontece muitas vezes que, por medo ou vergonha, apontamos o dedo para acusar os outros. Custa admitir sermos culpados, mas nos faz bem confessá-lo com sinceridade. Mas confessar os próprios pecados”.
E o Papa recordou então a história que um velho missionário costumava contar, de uma senhora que ao confessar-se, contava os erros do marido:
“Depois passou a contar os erros da sogra e depois os pecados dos vizinhos. Em determinado momento, o confessor disse a ela: “Mas senhora, me diga: acabou?” – “Não, sim, disse...” – “Muito bem: a senhora acabou com os pecados dos outros. Agora comece a dizer os seus...” Os próprios pecados...”

Após a confissão dos pecados – continuou o Santo Padre - suplicamos à Bem-aventurada Virgem Maria, aos Anjos e Santos que roguem ao Senhor por nós. Também aqui – enfatiza – “é preciosa a comunhão dos Santos, a intercessão deste amigos e modelos de vida que nos sustenta no caminho em direção à plena comunhão com Deus, quando o pecado será definitivamente aniquilado”.
O Santo Padre explica então que além do “Confesso”, o “ato penitencial pode ser feito com outras fórmulas”, como “Piedade de nós, Senhor”, “Contra ti pecamos”, “Senhor mostra-nos a tua misericórdia/ e nos dê a tua salvação”:
“Especialmente no domingo se pode fazer a bênção e aspersão de água em memória do Batismo, que apaga todos os pecados. É também possível, como parte do Ato Penitencial, cantar o Kyrie eléison: com antiga expressão grega, aclamamos o Senhor – Kyrios – e imploramos a sua misericórdia”.
O Papa Francisco recorda então “luminosos exemplos de figuras “penitentes” nas Sagradas Escrituras, que “caindo em si após terem cometido o pecado, encontram a coragem de tirar a máscara e abrir-se à graça que renova o coração”.

E cita o Rei Davi, o filho pródigo, São Pedro, Zaqueu, a Samaritana:

Comparar-se com a fragilidade do barro do qual fomos formados é uma experiência que nos fortalece: nos coloca diante de nossas fraquezas, nos abre o coração para invocar a misericórdia divina que transforma e converte. E é isto o que fazemos no Ato Penitencial no início da Missa”.

(Fonte: Vatican News)

03/01/2018

Solenidade de Santa Maria Mãe de Deus - 1ª Missa do Ano



No dia 01 de janeiro de 2018, às 10h, na primeira Missa do ano, nosso Vigário, Padre Robson, nos explicou em sua homilia um pouco sobre o dogma da Solenidade, Santa Maria, Mãe de Deus, e também sobre o dia mundial da paz e ser missionário. Confira alguns trechos:

"Solenidade de Santa Maria Mãe de Deus: missa de preceito, pois, além de outros elementos importantes, se trata também de uma dogma de fé, uma verdade da qual não podemos duvidar.

Como seria um dogma? Podemos pensar em algo como o trecho do evangelho onde Jesus perguntou aos discípulos: E vós quem dizeis que sou? E Pedro disse: Tu és o Messias, o Filho do Deus Vivo. Feliz és tu Pedro porquê não foram homens que te revelaram isso, mas o próprio Deus. Ou seja, Jesus Cristo, sendo Deus, confirma uma verdade revelada pelo Pai.


Após algum tempo, após a ressurreição de Cristo, começaram a aparecer distorções da Verdade revelada, ou seja, afirmações contrárias ao que os apóstolos receberam de Cristo e transmitiram às primeiras comunidades cristãs. Algumas delas é que Jesus não era Deus, ou não era verdadeiramente homem. 

Mas Jesus é verdadeiramente Deus e verdadeiramente homem.

Sendo assim, ao afirmar que Maria é mãe de Deus é afirmar que Maria participa da geração da natureza humana para Cristo. E concebido através do Espírito Santo. O Anjo Gabriel anunciou que iria nascer dela um filho, ou seja, a carne e o sangue daquela criança seriam gerados naquela Mulher, mas a pessoa divina permaneceu da mesma forma. A natureza humana participa da vida de Deus e nós também, através de Jesus Cristo.

O Credo Niceno-Constantinopolitano nos afirma isso:
Creio em um só Senhor, Jesus Cristo, Filho Unigênito de Deus, / nascido do Pai antes de todos os séculos: Deus de Deus, luz da luz, / Deus verdadeiro de Deus verdadeiro, / gerado, não criado, consubstancial ao Pai. / Por ele todas as coisas foram feitas. /  E por nós, homens, e para nossa salvação, desceu dos céus: / e se encarnou pelo Espírito Santo, / no seio da Virgem Maria, e se fez homem. / Também por nós foi crucificado sob Pôncio Pilatos; / padeceu e foi sepultado. / Ressuscitou ao terceiro dia, / conforme as Escrituras, / e subiu aos céus, / onde está sentado à direita do Pai.

Graças a Jesus e graças ao sim de Maria, podemos abraçar a fé e os mandamentos com a ajuda da graça.

Não podemos esquecer que hoje comemoramos o dia mundial da paz. Na bênção de Aarão o companheiro de missão de Moisés, há o pedido de paz, da bênção de Deus. Por mais que o povo estivesse no deserto, num lugar de morte, Deus dá a vida.

Esta bênção da paz é enviada a todas as nações. Mas isso somente ocorrerá quando assumirmos que somos missionários da paz e a levarmos.

Como fazer? Identificar que paz de Deus não é paz que o mundo oferece. 


A paz de Deus traz a caridade, nos leva a ajudar os pobres, nos leva a ajudar a quem precisa. A paz de Deus nos leva a falar a verdade, para que as pessoas tenham a liberdade da escravidão do pecado é necessário dizer a verdade. A paz que Jesus nos ensina a levar a todos a vontade de Deus para que as pessoas sejam felizes de verdade. Nos ensina a confiar n'Ele mesmo que as coisas estejam muito difíceis, mesmo que pareça não ter saída. A paz de Deus nos ajuda a levar a sua vontade, a mudar a nossa vida na sociedade, na nossa casa, com nossos amigos. Acolher a todos: aos idosos (e não jogar num asilo),  lutar pela pureza de coração das nossas crianças e dos nossos jovens.

Jesus levou a paz, e o que aconteceu com Ele? Foi crucificado, foi perseguido. Tentaram o silenciar. E conosco, o que poderá acontecer? Também tentarão calar-nos, silenciar-nos.
Mas a nossa confiança está no nome do Senhor, do Senhor que fez o céu e fez a terra, que tem poder sobre tudo. Podem tirar até a nossa vida, mas nunca irão tirar Deus de nós, nunca irão tirar os céus de nós se decidirmos permanecer com Deus.

Que nesse Ano de 2018, possamos confiar na missão de Maria, que fez a parte dela em toda a sua vida, como demonstrou  pelo seu sim ao projeto de Deus.

Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo!"

Nota: Ao final da Santa Missa houve a bênção da água para abençoar as casas e afastar tudo que não fosse de Deus.



Paz e bem!

Por: Sandra Oliveira

01/01/2018

Sagrada Família - Última missa de 2017


Nosso amado Padre Robson presidiu a última missa do ano neste domingo dia 31/12 às 19h com o tema litúrgico Sagrada Família.
Dentre o exposto nos falou do quanto devemos ser misericordiosos assim como Deus é misericordioso: com nossos amigos, com nossos familiares. Sermos cordiais não somente com os de fora, mas principalmente com os de casa, pois o testemunho do amor cristão deve começar em casa, não se achando o mais importante da família mas igual aos demais: tanto o marido com a esposa, a esposa com o marido, os filhos com os pais e os pais com os filhos. Suportando uns aos outros, mas no sentido de dar suporte, sustentar na caminhada pela palavra e no amor de Deus.
O amor inclui sacrifício. Um exemplo é quando os pais deixam de comer algo melhor para dar a seus filhos. Também deve-se obediência aos pais, pois eles não querem que se cometa os mesmos erros que eles cometeram; a única ocasião em que Deus permite desobedecer aos pais é quando estes ensinam algo contrário a vontade de Deus, contra seus mandamentos. 
Pais e mães devem ter cuidado ao corrigir os filhos; Não usar da correção um motivo para desmotivar os filhos, magoar, tirar o ânimo.
No evangelho nos fala da idade avançada de Simeão e da profetisa Ana, do quanto eles aguardavam a vinda do Salvador através de suas orações. E, mesmo eles não vendo os milagres de Jesus, não vivendo, não ouvindo, ao verem aquela criança creram na salvação de Israel.
Família é promessa, plano salvífico de Deus, apesar de instituições e parte da sociedade afirmarem coisas contrárias. Temos como exemplo a Sagrada Família, a família de Santo Agostinho, a família de Santa Teresinha.  Quando um homem e uma mulher se casam há dois tipos de frutos: os espirituais (que procedem da vida cristã) e os filhos.
Os cristãos devem ajudar, ser luz, ser Jesus na vida das pessoas.

Ao final da missa tivemos a renovação de votos de 2 casais que fizeram aniversário de bodas de casamento (fotos).





Que a Família de Nazaré seja nosso sustento na oração (Pe. Robson).

Paz e bem!



Por: Sandra Oliveira

Celebração do Jubileu de Diamante

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